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segunda-feira, 3 de março de 2008

Qual o preço justo dos trabalhos online?

Serviços digitais ficam mais complexos e os custos sobem. O desafio é aprender a ser grande.

Por Cezar Calligaris (cezar@dentsu-lat.com.br) é gerente de projetos da Dentsu Latin America

Nunca se viu uma época tão promissora na área digital. Anunciantes pedindo muitos trabalhos, agências e produtoras contratando, veículos praticamente sem espaços para anunciar. As perspectivas para 2008 são ainda mais otimistas, com a evolução do mobile, da TV digital e de novas tecnologias.

No entanto, esse cenário tão positivo traz também um grande problema: o preço cobrado pelos projetos online está começando a ficar defasado em relação aos custos envolvidos.

Mas por que os custos desses projetos estão aumentando tanto? Este artigo vai falar sobre os motivos de um meio tão eficiente e mensurável ser tão barato, e depois vai mostrar onde estão as pressões de custo.

Por que os serviços digitais são tão baratos?

A internet se posicionou, desde o início, como um meio barato. Foi a maneira de tentar convencer anunciantes a investirem numa mídia que não tinha nenhum histórico.

Como as equipes eram enxutas, tudo era virtual e não havia nenhuma profissionalização, era possível oferecer preços muito baixos. Os maiores exemplos disso eram os “criadores de home-pages”. Era muito fácil abrir uma produtora web e fazer trabalhos online. Com mais oferta que demanda e a falta de um padrão de qualidade, os preços eram realmente baixos.

Outros fatores contribuíam para os baixos custos: os profissionais da área eram jovens e aceitavam trabalhar por salários menores. As agências usavam a internet como bonificação caso fossem feitos outros trabalhos offline. Da mesma maneira, os veículos ofereciam espaços bonificados para quem comprasse um anúncio tradicional.

As próprias limitações do meio colaboraram para os baixos custos de produção: ao invés de fotos, usavam-se ilustrações. Som e vídeo eram praticamente inviáveis tecnicamente.

Quando a situação estava começando a mudar, veio o estouro da bolha, que afastou anunciantes e derrubou novamente todos os valores envolvidos.

Por que os custos estão aumentando?

O primeiro fator é que há cada vez mais pessoas envolvidas nos projetos. Primeiro, era só o webmaster. Depois virou a trinca com redator, diretor de arte e produtor. Hoje temos uma equipe enorme envolvida nos projetos, com atendimento, criação, arquitetos de informação, gerentes de projeto e motion designers. Consequentemente as horas gastas em cada trabalho aumentam.

O segundo ponto é o aumento dos custos de produção. Os sites e campanhas usam cada vez mais elementos complexos, como fotos, sons, vídeos, 3D, programação e inteligência artificial.

O fator mais complexo é a falta de bons profissionais, que estão, com todos os méritos, sendo valorizados. Esse é um fenômeno mundial: a oferta de mão de obra não tem conseguido acompanhar o crescimento da área. Resultado disso é que as empresas estão brigando pelos melhores profissionais, o que inclui, obviamente, salários. Tendo que pagar mais, os custos de cada projeto aumentam.

Como equilibrar essa diferença?

Alguns anos atrás, no mercado de automóveis, as montadoras tinham seguidos prejuízos. Entre várias medidas de reorganização do setor, uma delas foi aumentar o preço dos carros. Embora com efeito negativo num primeiro momento, além de voltarem a ser lucrativas, em 2007 as vendas de carros bateram recordes de vendas.

Por todos os fatores citados, não há muitas dúvidas de que os preços cobrados dos clientes pelos projetos online aumentarão em algum momento. Esse fenômeno acontece não apenas no mercado brasileiro, mas em todo o mundo.

Existem dois desafios a enfrentar. O primeiro é mostrar aos anunciantes que esse aumento de preço tem justificativa. Já existem muitos anunciantes, principalmente fora do Brasil, conscientes dessa questão e de que vale a pena investir mais para usar todos os benefícios que a área digital oferece.

O segundo e maior desafio, porém, é aprender a ser grande. O mercado online funcionou bem enquanto pequeno. Será que consegue manter toda a agilidade e inovação quando crescer, enfrentando questões como falta de profissionais e aumento de custos?

Fonte : http://webinsider.uol.com.br

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